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A juíza alega que a ausência de sinalização adequada no local impede a aplicação das multas. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) disse que segue integralmente as normas estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O órgão informou que não foi comunicado oficialmente sobre a liminar, e só depois irá analisar o processo e tomar as medidas legais. O DER deve recorrer contra a decisão.
A ação foi protocolada no Ministério Público após uma representação do advogado José Carlos de Souza. Ele disse que desde novembro do ano passado, quando o radar foi instalado, chegou a fazer dois mil recursos de motoristas contra o aparelho. “O limite de velocidade na via era de 60 km/h. De um dia para o outro, passou para 50 km/h e só havia uma placa que avisava a mudança de velocidade a cerca de 600 metros. As pessoas ficaram confusas e não sabiam se o radar estava funcionando. Teve um policial que tomou 36 multas desde então”, contou o advogado. Segundo ele, após a decisão da Justiça, ele orienta para que os motoristas não paguem as multas. “Agora, quem já pagou terá que esperar até o processo ser encerrado. Se a decisão for mantida, o DER terá que restituir o valor para os motoristas.”
De acordo com a decisão da juíza, o funcionamento do radar também deve ser suspenso até que a sinalização seja regulamentada. A liminar também determina multa diária de R$ 10 mil se as infrações e o pontos não forem suspensos pelo DER.
Desde a instalação do aparelho, em novembro do ano passado, ocorreram alguns protestos. Em dezembro, a via chegou a ser bloqueada pelos motoristas. Um dos manifestantes havia sido multado 26 vezes em uma semana. Dias depois, em janeiro deste ano, o radar foi queimado durante a madrugada. Em seguida, o aparelho foi consertado e voltou a funcionar. Na decisão, a juíza afirma que a sinalização também não está adequada em três vias de acesso à Rodovia Mogi-Bertioga, e isso impede que os motoristas tenham conhecimento da existência do radar. “Depois que o DER for notificado, terá de retirar as multas do sistema e também os pontos”, contou o advogado.
FABIANO NUNES
Colaboração:
Gumercindo Muni Advogados
Leitor do Jornal Cidade em Foco em São Paulo e Rio
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