Depois do tombo da segunda-feira (8), a Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta. Os economistas lembram que ao comprar uma ação, o investidor se torna sócio da empresa. E que, no longo prazo, os papéis podem se recuperar junto com a economia.
Foi um suspiro no meio da agonia. A Bolsa de Valores de São Paulo teve a primeira alta forte depois de dias de instabilidade: 5,1%.
Na terça-feira (8), a bolsa caiu 8%. Nesta terça (9), subiu. Como é que fica o pequeno investidor em um momento assim? Se os mercados no mundo inteiro estão vivendo dias de pânico, ele não tem razão para se assustar também?
Tem e Jorge está assim. Depois das duas crises, a de 2008 e a de agora, o valor que ele tem hoje em ações representa só 60% do que ele aplicou. “Eu acompanho quase que diariamente. Acaba fazendo uma torcida mesmo”, ele conta.
Além de empresas, bancos, fundos de pensão, participam da bolsa quase 600 mil investidores que são pessoas físicas. E vender as ações em um momento de baixa, como agora, é ficar no prejuízo.
“Esse não seria o momento para um investidor se desfazer de posições que assumiu lá. Levando em consideração o seguinte: ele entrou em uma empresa que tem bom fundamento e que essa empresa tem perspectiva. Ele deve estar guardando para, aí sim, essa empresa se recuperar e voltar dar resultados favoráveis. Para que essa ação responda na bolsa, é uma questão de tempo”, avalia o professor de educação financeira Jose Alberto Neto Filho.
Um exemplo: quem tinha R$ 100 em ações da Petrobras em 22 de julho, antes da crise se agravar, já perdeu quase R$ 16. No ano, quase R$ 28. Quem tivesse feito a mesma aplicação em agosto de 2000, apesar da turbulência das últimas semanas, teria hoje o equivalente a R$ 387.
No ano, o índice da bolsa está no vermelho: caiu mais de 26%. Está apanhando da poupança, dos CDBs, do ouro, todos com rendimento no azul. E perdeu mais até que o dólar.
Mas, para quem está assustado, os economistas lembram: isso passa. “Historicamente, se nós analisarmos o comportamento da bolsa nos últimos 110 anos, a bolsa sempre foi o melhor investimento. A bolsa tem ciclos de baixa que duram, em média, de três a quatro anos. Mas a tendência é sempre crescente”, garante o economista Miguel Daoud.