ENERGIA ATÔMICA A usina nuclear Neckarwestheim-2 foi a última inaugurada na Alemanha, em abril de 1989. A legislação atual, que o governo alemão pretende modificar, prevê seu desligamento em 2022
A Alemanha vai desligar todas as usinas nucleares do país até 2022 e planeja reduzir o uso de energia em 10 por cento até 2020, após acordo da coalizão liderada pela chanceler Angela Merkel.
A decisão pode ser até mais ambiciosa do que a saída da energia nuclear planejada pela coalizão entre sociais-democratas e verdes quando estavam no poder em 2000, pois desativa oito das 17 usinas nucleares do país imediatamente e outras seis em 2021, mas ainda pode enfrentar oposição de empresas do setor.
Há somente nove meses Merkel anunciou uma ampliação da utilização das impopulares usinas nucleares em 12 anos em média. Em março, após o terremoto e tsunami que provocaram um acidente na usina nuclear japonesa de Fukushima, Merkel reverteu essa decisão e colocou toda a política para energia nuclear do país sob revisão.
"Nosso sistema energético tem de ser mudado fundamentalmente e pode ser mudado fundamentalmente. Queremos que a eletricidade do futuro seja segura e, ao mesmo tempo, confiável e econômica", disse a jornalistas nesta segunda-feira.
Além de parar de usar a energia nuclear, a Alemanha também planeja reduzir o uso de eletricidade em 10 por cento até 2020 e dobrar a participação de fontes renováveis de energia para 35 por cento no mesmo período, segundo um documento do governo obtido pela Reuters.
Merkel não deu mais detalhes do plano, mas o documento afirma que a meta alemã de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 40 por cento até 2020 está mantida.
A maioria dos eleitores na Alemanha é contra a energia atômica, que fornecia 23 por cento da energia do país antes de sete unidades antigas serem fechadas em março.
(Reportagem de Annika Breidthardt, Andreas Rinke e Hans-Edzard Busemann; reportagem adicional de Vera Eckert, Peter Dinkloh, Josie Cox e Jonathan Gould em Frankfurt)
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