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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Governo não atacará fontes de petróleo, diz filho de Gaddafi

Das Agências de Notícias
O governo do ditador líbio, Muammar Gaddafi, nunca irá recorrer à destruição da riqueza gerada pelo petróleo do país para lutar contra uma insurreição, garantiu nesta sexta-feira o filho do mandatário, Seif al Islam. Em entrevista à TV, ele prometeu que sua família irá "viver e morrer na Líbia" e não irá permitir que "um bando de terroristas" assuma o controle do país.
"Nunca iremos demolir as fontes de petróleo. Elas pertencem ao povo.", afirmou Islam em uma entrevista, traduzida do inglês para o turco, no site da CNN turca.
Na quinta-feira, relatos de moradores da região leste da Líbia indicaram que os opositores já haviam tomado o controle de importantes terminais de produção de petróleo no país, o que pode ameaçar o fluxo de fornecimento a diversos países e elevar a cotação do produto internacionalmente. 

AFP/TV Líbia
Filho do ditador líbio, Seif al Islam, afirma na TV que família não deixará o país e que 242 morreram em revolta

As informações foram feitas horas após Gaddafi afirmar que as revoltas podem interromper o fornecimento do combustível ao exterior. Inicialmente havia relatos de que os rebeldes pretendiam manter o ritmo das exportações de petróleo, embora o "Guardian" indique que os opositores já estejam interrompendo a produção em determinados locais.
O diário britânico cita o engenheiro mecânico Moustafa Raba'a, que trabalha com a indústria petrolífera Sirte, afirmando que "todos os poços de petróleo da região sul" da Líbia já estão em controle dos rebeldes.
"A ordem divulgada é que devemos mandar uma mensagem para Gaddafi parar de massacrar nosso povo em Benghazi. Tomamos a decisão de negá-lo o privilégio de exportar petróleo e gás para a Europa", disse ao "Guardian", acrescentando que somente no poço de Dregga, na região leste, o bloqueio já evitou que 80 mil barris por dia fossem exportados.
O jornal espanhol "El País" também dá destaque ao assunto e disse que em seu discurso Gaddafi quis mostrar à comunidade internacional que os protestos podem levar à interrupção do crucial fornecimento de combustível e gás a grande parte dos países europeus.
"Se os cidadãos não voltarem a trabalhar, se cortará o fornecimento de petróleo", disse o ditador à TV estatal.
PLANOS
Na entrevista divulgada nesta sexta-feira, o filho de Gaddafi foi perguntado de sua família tem um "plano B" em face da crescente revolta na Líbia e se planeja deixar o país.
"Temos plano A, plano B e plano C. O plano A é viver e morrer na Líbia; o plano B é viver e morrer na Líbia, e o plano C é viver e morrer na Líbia", afirmou, apontando para um mapa do país.
A entrevista foi realizada na quinta-feira pelo novo âncora da CNN turca Cuneyt Ozdemir, que afirmou que um empresário turco, que possui grandes contratos de construção na Líbia, forneceu um jato particular para sua viagem para entrevistar Islam.
O filho do ditador disse que a situação na Líbia é diferente da de Egito e Tunísia, onde as demonstrações foram "pacíficas". No caso da Líbia, a revolta é liderada por "grupos terroristas", ele afirmou.

Gianluigi Guercia/AFP
Líbio agita bandeira pré-Gaddafi em protesto de milhares de pessoas na cidade de Benghazi, leste do país
 









Ele negou ataques contra manifestantes líbios, insistindo que as áreas atingidas por aviões de guerra eram "depósitos de munição".
"Não estamos lutando contra nossa própria gente. Estamos lutando contra esses grupos [terroristas]."
Islam colocou o número de mortos na revolta em 242 --incluindo tanto civis quanto militares. O chanceler da Itália, Franco Frattini, disse que estimativas de que cerca de 1.000 tenham sido mortas são 'críveis'.
Segundo o filho de Gaddafi, grande parte da Líbia está calma e "sob nosso controle", com exceção das cidades de Zawiya e Misrata, que são controladas por "terroristas". Ele disse ainda que grupos criaram "emirados islâmicos" nas cidades de Al Bayda e Dene, e os classificou de "Estados Mickey Mouse".
Misrata, a terceira maior cidade líbia e localizada a 200 quilômetros da capital, Trípoli, é onde milícias pró-Gaddafi --uma mistura de mercenários líbios e estrangeiros-- entraram em choque contra oponentes do governo.
Zawiya, cerca de 50 quilômetros a oeste de Trípoli, testemunhou o mais grave confronto na quinta-feira. Uma unidade do Exército leal a Gaddafi abriu fogo com armas automáticas contra uma mesquita onde moradores --alguns armados com rifles de caça para proteção-- estavam acampados em apoio a manifestantes na capital, segundo testemunhas.
DIA DA 'LIBERAÇÃO'
Nesta sexta-feira, um morador de Trípoli afirmou que a população da cidade recebeu mensagens no celular pedindo para que iniciem demonstrações após as orações de sexta-feira. "Vamos fazer desta sexta a sexta-feira da liberação", dizia uma das mensagens.
Atendendo à convocação, milhares de manifestantes se reuniram na praça Verde, do lado de fora de uma mesquita no centro de Trípoli, para pedir a queda de Gaddafi. Eles foram confrontados por tropas e milícias ainda leais ao ditador que dispararam para o ar para dispersar a multidão. Os tiros causaram correria.
As agências de notícias internacionais já trazem relatos, não confirmados, de ao menos dois mortos em vários confrontos na capital.
Em outros bairros da capital, a situação é mais violenta e há relatos de forças de segurança disparando contra os manifestantes.
"As forças de ordem dispararam contra os manifestantes sem fazer distinção. Há mortos nas ruas de Sug Al Joma', indicou um morador desse bairro, citado pela agência de notícias France Presse. Outras testemunhas de bairros do leste da capital, como Ben Ashur e Fashlum, também relataram disparos contra pessoas nas ruas.
"A situação é caótica em partes de Trípoli agora", disse uma testemunha citada pela Associated Press, acrescentando que milícias pró-Gaddafi armadas corriam pelas ruas em veículos.
A emissora de televisão Al Jazeera diz que ao menos duas pessoas morreram nesta sexta-feira em diferentes confrontos registrados em vários bairros da capital líbia. A emissora do Qatar diz ainda que a maior base aérea de Trípoli uniu-se à revolta popular.
Já a agência de notícias Reuters diz que ao menos cinco morreram quando as forças de segurança abriram fogo contra manifestantes no distrito de Janzour, no oeste de Trípoli.
A repressão de Gaddafi --a mais violenta feito por um líder árabe na onda de protestos que teve início no mês passado-- até agora tem ajudado o ditador a manter o controle sobre Trípoli, onde vivem cerca de 6 milhões de pessoas. Mas as revoltas já dividiram o país e aumentaram as chances de uma guerra civil.
Os moradores da capital têm se mantido em suas casas nos últimos dias por temor de serem atacados por milícias pró-Gaddafi, e não está claro quantas pessoas atenderão à convocação. 

 
Milícias atiraram nesta sexta-feira para dispersar milhares de manifestantes antigoverno na capital da Líbia, Trípoli, reduto do ditador Muammar Gaddafi.
Estes são os primeiros confrontos a chegar a Trípoli em dias, depois que a oposição conquistou boa parte do leste do país, tomou alguns dos principais poços de petróleo e continua fechando o cerco a Gaddafi.
OUTROS LOCAIS
Testemunhas em cidades controladas por rebeldes disseram esperar demonstrações em massa em um sinal de solidariedade à Trípoli.
Centenas de pessoas se reuniram do lado de fora de um tribunal na cidade de Benghazi, onde a revolta começou, em 15 de fevereiro. Tendas --algumas com fotografias de pessoas que foram mortas em confrontos-- foram colocadas na praça e manifestantes serviram café da manhã às pessoas.
Poucos tanques que estava estacionados na praia estavam cobertos de manifestantes.
Grande parte do leste da Líbia caiu nas mãos dos rebeldes, e diplomatas, ministros e até um primo e importante assessor de Gaddafi viraram as costas ao ditador, que governa a Líbia por mais de quatro décadas.
Os rebeldes controlam uma faixa de território que vai da fronteira com o Egito, no leste, passa por quase metade da costa mediterrânea do país --que tem 1.600 quilômetros-- até ao importante porto de petróleo de Breqa, cerca de 710 quilômetros a leste de Trípoli.
Acredita-se que Gaddafi mantém-se firme no controle apenas da capital, algumas cidades ao redor dela, do deserto ao sul e partes do centro da Líbia, escassamente povoado.
 fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/881021-governo-nao-atacara-fontes-de-petroleo-diz-filho-de-gaddafi.shtml?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

 

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