RIO - A estudante Verônica Verone de Paiva, de 18 anos, se entregou no final da manhã desta segunda-feira na 77ª DP (Icaraí). Ela chegou de táxi e era aguardada por seu advogado Rodolfo Tompson na porta da delegacia. Verônica estava com o cabelo mais escuro do que quando compareceu na delegacia, no último sábado. Ela é suspeita de ter matado o namorado em um motel. A vítima, um empresário de 33 anos, foi encontrada enforcada na madrugada de sábado. Em depoimento anterior à polícia, a jovem teria confessado o crime, mas alegou que agiu em legítima defesa após uma tentativa de estupro. O corpo do empresário foi enterrado no domingo no Cemitério Parque da Paz, em São Gonçalo.
Segundo o advogado de defesa da jovem, Rodolfo Tompson, ela tem problemas mentais.
- Estamos tratando de uma pessoa enferma. Ela toma mais de dez medicamentos controlados. Não é tese de defesa. Nós estamos lidando com uma pessoa que tem graves problemas mentais - disse o advogado em declaração ao G1.
Durante as investigações, a polícia descobriu que a jovem mantinha perfil em redes sociais e seguia comunidades como "Desista você perdeu ele para mim", "Profile de gente morta"e "As máscaras sempre caem".
De acordo com a polícia, o casal teria chegado ao motel por volta das 2h de sábado. Antes de chegar ao local, segundo relato da jovem, eles teriam ido até uma comunidade para comprar cocaína e maconha. Na versão da suspeita, só o namorado teria usado drogas. Já no motel, a jovem contou que ele teria tentado estuprá-la, e para impedi-lo, ela o teria empurrado e ele caiu no chão. Segundo a polícia, a jovem disse que o empresário não teria conseguido levantar, e num acesso de raiva, ela teria pego o cinto do rapaz e tentado enforcá-lo. Após constatar que saía sangue pela boca dele, ela percebeu que algo grave tinha acontecido.
A família e os amigos contam que a suspeitam já tinha feito ameaças contra o empresário. Antes do crime, ela teria ligado para o celular dele para marcar um encontro. A jovem estaria inconformada porque o empresário teria saído com outra mulher. Segundo a família, os telefonemas constantes da suspeita para o empresário foram o motivo da separação do casal. A delegada que investiga o crime, Juliana Rattes, da 77ª DP (Icaraí), quer saber se o crime foi premeditado.
- A gente encontrou já diversas contradições, no depoimento dela, e contradições também com o que o perito do local também me informou. Se de fato a versão da família da vítima for verdadeira, a gente vai ter que considerar que ela foi realmente muito dissimulada - explica a delegada ao G1.
A Justiça decretou a prisão temporária da suspeita. Ela foi indiciada por homicídio qualificado por motivo fútil e tentativa de ocultação de cadáver, já que após enforcar o empresário, ela teria tentado arrastar o corpo para a garagem do motel, mas não teria conseguido. A investigação aponta que a suspeita pagou a conta do motel e foi embora usando o carro do namorado. Ao chegar em casa, ela teria contado a história para a irmã, que é advogada. A irmã então, ligou para o motel perguntando se alguém havia socorrido o empresário. O estabelecimento chamou a polícia, e os agentes conseguiram localizar a jovem suspeita do crime.
Segundo a polícia, já na delegacia, a jovem alegou que sofria de síndrome do pânico e que faria uso de medicamentos controlados. A polícia informou que, segundo relatos da família da vítima, a jovem seria amante do empresário e teria sido pivô da separação dele.
Além do laudo pericial, a polícia deve ouvir outros parentes da vítima, para entender a relação dos dois. No carro do empresário, segundo agentes, foram encontrados resto de um cigarro de maconha e pó branco.
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