Ex-general Ratko Mladic é acusado de genocídio no massacre de 8.000 muçulmanos
Mulheres bósnias muçulmanas, sobreviventes de atrocidades de Srebrenica, assistem as notícias sobre a detenção de Ratko Mladic. Os sobreviventes do massacre de Srebrenica, em 1995, disseram que se sentiram aliviados com a prisão
O ex-general sérvio Ratko Mladic, o criminoso de guerra mais procurado do conflito da antiga Iugoslávia, foi preso nesta quinta-feira (25) pela polícia sérvia, confirmou em Belgrado o presidente do país, Boris Tadic.
Mladic liderou maior atrocidade na Europa desde a 2ª Guerra
- Em nome da República da Sérvia, anuncio a detenção de Ratko Mladic. O processo de extradição está encaminhado.
Mladic foi preso sob o nome falso de Milorad Komadic em uma aldeia próxima à cidade de Zrenjanin, no norte da Sérvia. Ele foi comandante das forças servo-bósnias durante a Guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995.
O ex-general foi indiciado, em 1995, por genocídio no massacre de Srebrenica, que assassinou 8.000 homens muçulmanos, e pelo cerco de 43 meses a Sarajevo.
A prisão de Mladic ocorre poucos dias depois das críticas de Serge Brammertz, o procurador-geral do Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), que acusou a Sérvia de não cooperar plenamente com a Corte.
A demora na prisão de Mladic atrapalha os esforços da Sérvia para ingressar na União Europeia, fato lembrado pelo presidente Tadic ao anunciar a detenção.
- Estou muito orgulhoso de nossas forças de segurança e quero felicitar-lhes. É muito bom para a Sérvia que este capítulo esteja fechado. Acho que todas as portas para nossa entrada na União Europeia estão abertas. A Sérvia cooperou com o Tribunal [Internacional] de Haia e as críticas recebidas [no passado sobre a falta de cooperação com a Corte] já não são válidas.
Tadic ressaltou ainda que a Sérvia continuará procurando Goran Hadzic, o último dos grandes criminosos de guerra sérvios foragidos da Justiça.
Em comunicado, TPII reconhece prisão
O procurador-geral do TPII, Serge Brammertz, reconheceu "o trabalho realizado" pelas autoridades sérvias para deter o ex-general Ratko Mladic.
- Agradecemos [às autoridades sérvias] o cumprimento de suas obrigações para o Tribunal e para a Justiça.
Brammertz destacou no comunicado os "esforços da comunidade internacional ao apoiar as medidas que asseguravam” a detenção de Mladic.
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