Estados Unidos, por sua vez, dizem que República Islâmica apoia ataques do ditador sírio
Enquanto isso, sírios continuam fugindo da onda de violência do governo (AFP)Nesta terça-feira, Irã e Estados Unidos trocaram acusações sobre a revolta da Síria. De um lado, o Irã alegou que os “aliados de Israel estão interferindo nos assuntos internos sírios”. A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, por sua vez, afirmou que a República Islâmica apoia os "ataques brutais" do ditador Bashar Assad contra os manifestantes.
A declaração da chefe da diplomacia americana estava em um comunicado, publicado para recordar os dois anos da repressão do governo iraniano após a eleição que levou o presidente Mahmoud Ahmadinejad a um segundo mandato. "O Irã apoia hoje na Síria os ataques brutais do regime de Assad contra manifestantes pacíficos e ações militares contra suas próprias cidades", disse Hillary.
"O mundo ficou impressionado com as imagens de um adolescente sírio de 13 anos, torturado e mutilado pelas forças de segurança sírias. Estas imagens nos recordaram as de uma jovem iraniana, morta na rua há dois anos e na frente de todos", completou. Hillary se referia ao pleito de 12 de junho de 2009 no Irã, quando o regime dos aiatolás esmagou as manifestações antigovernamentais depois da contestada reeleição de Ahmadinejad.
No texto, Hillary afirma ainda que os Estados Unidos permanecem ao lado dos cidadãos, "incluindo os do Irã e da Síria, que aspiram à liberdade e à conquista seus direitos universais". A Grã-Bretanha também já afirmou haver "informação digna de credibilidade indicando que o Irã está ajudando a Síria a sufocar os protestos, incluindo o fornecimento de orientações e equipamento." O Irã nega essa acusação.
República Islâmica - "Alguns regimes com objetivos específicos, especialmente o regime sionista e a América, estão provocando grupos terroristas na Síria e na região para que realizem operações terroristas e de sabotagem", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, a jornalistas, nesta terça.
Mehmanparast repetiu a teoria inconsistente do governo sírio de que os protestos em seu país, que já duram três meses, são parte de uma conspiração apoiada por potências estrangeiras. "O regime sionista e seus defensores estão seriamente ameaçados. Essa é a razão pela qual estão fazendo o que podem para destruir esta linha de resistência contra sua agressão", afirmou.
Vítimas - Grupos sírios de defesa dos direitos humanos dizem que 1.300 civis foram mortos desde o início do levante. Uma das entidades, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, afirma que mais de 300 soldados e policiais também morreram.
"O que está acontecendo na Síria é uma questão interna. O governo e o povo da Síria são politicamente maduros o suficiente para resolver as próprias questões", disse Mehmanparast. "Nós achamos que a América não tem de modo algum o direito de qualquer interferência militar em qualquer país na região. Esse é um ato errado, que pode ter consequências para a região," ameaçou o porta-voz do chanceler.
fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/ira-acusa-ocidente-de-intromissao-nos-assuntos-da-siria
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