Ilustração divulgada pela Nasa mostra concepção artística de como sonda espacial teria visualizado explosão (Nasa)
Segundo pesquisadores, fenômeno pode ter sido causado pela colisão entre uma estrela do tamanho do Sol e um buraco negro um milhão de vezes maior
"Era algo totalmente diferente de qualquer explosão que já vimos" — Joshua Bloom, astrônomo da Universidade de Berkeley
A colisão entre uma estrela e um enorme buraco negro provocou uma das maiores explosões espaciais jamais registradas, cujo brilho viajou por 3,8 milhões de anos-luz até chegar à Terra, segundo estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science.
No momento da descoberta, os cientistas estudavam a origem de um feixe de raios gama observado a partir de um satélite da Nasa. Inicialmente, pensaram que podia se tratar de uma explosão de raios gama, mas a persistência da luminosidade e o fato de ter sido reativado três vezes em apenas 48 horas levaram os pesquisadores a buscar outra hipótese.
"Era algo totalmente diferente de qualquer explosão que já vimos", disse em comunicado Joshua Bloom, astrônomo da Universidade de Berkeley e um dos coordenadores do estudo. Bloom sugeriu que a causa poderia ser a queda de uma estrela do tamanho do Sol em um buraco negro um milhão de vezes maior, o que gerou uma quantidade tremenda de energia ao longo de muito tempo. Dois meses e meio depois, o fenômeno ainda persiste, segundo o pesquisador. "Isso acontece porque o buraco negro 'rasga' a estrela, e este processo libera muitíssima energia", explicou. Cerca de 10% da massa dessa estrela se transformou em energia irradiada, como raios X e gama.
Ao repassar o histórico de explosões na Constelação de Draco, onde foi observado o fenômeno, os cientistas determinaram que o acontecimento foi "excepcional", já que não encontraram indícios de outras emissões de raios X ou gama. O mais fascinante, segundo Bloom, é que o fenômeno começou em um buraco negro em repouso, ou seja, que não estava atraindo matéria. "Isto poderia acontecer em nossa própria galáxia, a Via Láctea, onde há um buraco negro que vive em quietude e que apenas ocasionalmente absorve um pouco de gás", disse.
Segundo Bloom, a explosão é algo "nunca visto" até agora no comprimento de onda dos raios gama, e o mais provável é que só aconteça uma vez a cada 100 milhões de anos. O estudo estima que as emissões de raios gama, que começaram entre os dias 24 e 25 de março em uma galáxia a cerca de 3,8 milhões de anos-luz, vão se dissipar ao longo do ano. "Acreditamos que o fenômeno foi detectado em seu momento de maior brilho, e se realmente for uma estrela destruída por um buraco negro, podemos dizer que nunca voltará a ocorrer nessa galáxia", concluiu Bloom.
(Com Agência EFE)
fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/cientistas-descobrem-uma-das-maiores-explosoes-espaciais-ja-registradas
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