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segunda-feira, 13 de junho de 2011


As obras no departamento do curso de Mídias Digitais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) virou alvo de uma batalha de vídeos postados na internet entre estudantes e a instituição de ensino superior. Os alunos fizeram um videoclipe paródia da música “Oração”, da Banda mais bonita da cidade, e publicaram o vídeo no YouTube para protestar contra o atraso nas obras do prédio do departamento.
A universidade rebateu na mesma moeda, com um vídeo mostrando as benfeitorias que estão em curso. Os alunos postaram nesta segunda-feira (13) novo vídeo para mostrar que o filme institucional seria uma versão "maquiada" da realidade. A reitoria nega.
Imagens dos vídeos dos alujnos (esq.) e da UFPB (dir.) postados no YouTube (Foto: Reprodução/YouTube)
“A universidade tem várias obras que estão muito atrasadas, até mais do que a do nosso curso. Então, queríamos fazer um protesto pacífico aproveitando essa vocação criativa do curso de Mídias Digitais”, explica Rennam Virginio dos Santos, de 19 anos, que aparece tocando violão no vídeo e que é um dos autores da letra da música inspirada em “Oração”.
O vídeo mostra material de obra empilhado e destaca, na música, que "tem aluno estudando na despensa" (veja vídeo no YouTube). “A gente queria divulgar, mas não imaginava que teria essa repercussão toda”, admite. Em três dias, foram mais de 150 mil visualizações.
Na quarta-feira (8), um dia após a divulgação do vídeo, a UFPB emitiu uma nota oficial informando que a licitação para a construção do bloco de Mídias Digitais ocorreu em novembro de 2009, com prazo de execução para 18 de junho de 2010. Porém, “como a empresa não cumpriu o cronograma físico-financeiro”, a instituição rescindiu o contrato e abriu novo processo. A segunda empresa contratada também não cumpriu o cronograma e houve mais uma rescisão. Atualmente, novo processo licitatório está em tramitação.
A construção do prédio de Mídias Sociais da UFPB teve orçamento aprovado de R$ 703 mil. O prazo previsto para a obra seria de 150 dias.
Mas, além de divulgar a nota, a instituição resolveu responder ao protesto dos alunos usando a mesma ferramenta, ou seja, publicando um vídeo institucional no You Tube (veja vídeo da UFPB). Na versão da UFPB, é possível ver uma sala de aula nova repleta de computadores de última geração, num ambiente limpo e muito bem cuidado.
A versão da universidade
Eduardo Teixeira de Carvalho, assessor de Comunicação da UFPB, diz que esta foi a primeira vez que a universidade publicou um vídeo no You Tube. “A gente viu que não adiantava dar resposta em meios tradicionais, porque não foi este o público que eles atingiram”, explica.
Para ele, a versão apresentada pelos alunos no primeiro vídeo “ficou muito injusta do ponto de vista da faculdade”. “O protesto, embora tenha sido muito criativo, deu uma ideia de que era terra arrasada. O provisório não significa precário.”
Para Carvalho, a ausência de um prédio próprio não inviabiliza o curso. “Estamos com um laboratório funcionando. Não temos a parte física, mas temos salas em todos os lugares da universidade, temos centro de inclusão digital”, diz. “Vivemos uma fase fantástica. (...) A universidade dobrou de tamanho em cinco anos.”
“Não reclamamos da falta de equipamentos, reclamamos da falta de estrutura”, rebate Rennam. “Em vez de reconhecer o erro, a universidade passou a tentar mudar o foco da discussão. Estamos em um prédio que não é nosso, dividimos esse prédio com os funcionários da universidade e com o curso de Medicina. Temos um laboratório com 30 iMacs e outros 30 encaixotados, com garantia correndo, porque não há espaço. São 60 alunos, mas a sala de aula acomoda bem só 40 alunos.”
O estudante diz que, embora não esteja errada a alegação de que o laboratório é moderno, seu uso é precário. “Que laboratório moderno é este? Não tem internet, não tem software profissional e tem computador empilhado.”
'Making of'
Nesta segunda-feira (13), os alunos postaram um novo vídeo com o que seria o "making of" da versão institucional divulgada pela UFPB na sexta-feira (10). Os alunos alegam que o filme oficial “maquiou” a realidade (veja o vídeo no YouTube).
A assessor de Comunicação da UFPB negou que tenha havido qualquer tipo de maquiagem. “Não houve maquiagem. A sala que eles assistem aula é aquela, o laboratório é aquele. Que há equipamento guardado, isso há”, diz Carvalho.
“Só queremos o que o curso requer para nossa formação, sem improviso. E estamos indignados com essa tentativa de distorção da universidade. Ela tem muito mais poder do que a gente. A gente só entende de ser criativo”, conclui Rennam.
fonte:http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2011/06/obras-na-ufpb-geram-guerra-de-videos-entre-alunos-e-universidade.html

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