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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

TST fará mutirão para achar bens de devedores

imagem karinapauletto.blogspot.com

Numa iniciativa para reduzir o número de trabalhadores que ganham ações judiciais, mas não conseguem receber o que têm direito, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) realizará pela primeira vez um mutirão nacional com o objetivo de levantar esses processos (execuções), assim como bens dos devedores. A ideia é durante uma semana buscar nos arquivos dos fóruns trabalhistas as ações de execuções que estão há anos à espera de um desfecho, mas não são cumpridas por ausência de bens do devedor. E, nesse caso, fazer uma nova checagem em contas bancárias, veículos e imóveis dos inadimplentes. A medida é uma das propostas da Semana Nacional da Execução Trabalhista - instituída por um ato do presidente do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen -, que será realizada do dia 28 de novembro a 2 de dezembro.

Apesar de a Justiça do Trabalho ser uma das mais céleres do país, hoje de cada cem trabalhadores vitoriosos nos processos, apenas 31 recebem o crédito a que têm direito. Atualmente, segundo dados do TST, há 800 mil execuções em arquivo provisório, muitas ainda da década de 80. O número representa as ações ganhas pelos trabalhadores, não pagas e cujos bens do devedor não foram localizados e que, por isso, estariam paradas à espera de alguma novidade em relação ao patrimônio do devedor. No Brasil, há 1,8 milhões de ações de execuções em trâmite na Justiça do Trabalho.

O mutirão abrangerá a primeira instância e os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) que, além do levantamento de processos e novas buscas de bens, chamarão as partes para uma possível conciliação nas execuções que estão em trâmite. Outra medida é a listagem de bens oferecidos nas execuções para o pagamento dos débitos, que levados a leilões não foram arrematados. A proposta é fazer no último dia da semana da execução um leilão em todas as varas do trabalho desses bens, que vão desde cadeiras a fazendas. Segundo o ato nº 195 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, os leilões serão preferencialmente realizados de forma virtual, de forma a permitir que interessados de todas as regiões do país possam participar das vendas.

A medida é também uma forma de levar os TRTs a fomentarem o Banco Nacional de Devedores Trabalhistas, necessário para a implementação da certidão negativa de débitos trabalhistas, que entra em vigor no ano que vem. A partir de 4 janeiro, todas as empresas que participarem de licitações públicas, por exemplo, precisarão apresentar o documento. O ato nº 195 do conselho também prevê a divulgação ao fim da semana da execução da lista dos maiores devedores trabalhistas.

A semana da execução será realizada anualmente, na primeira semana do mês de junho, a partir do ano que vem. A advogada trabalhista Juliana Bracks Duarte de Oliveira, do escritório Latgé, Mathias, Bracks & Advogados Associados, elogia a medida do conselho. Segundo ela, um dos grandes problemas da Justiça do Trabalho é justamente o cumprimento das execuções. "É muito frustrante uma sentença inexequível, principalmente em uma época em que há tantos instrumentos à disposição dos juízes, como o Bacenjud e o Renajud", afirma. Ela acredita que a realização anual do evento será educativa tanto para os magistrados - que não usam os instrumentos hoje existentes - quanto para os empregadores que não cumprem as execuções trabalhistas.

Nelson Mannrich, sócio do escritório Felsberg Advogados e professor de direito do trabalho da Universidade São Paulo (USP), também elogia a iniciativa por entender que levantará o debate sobre o lado fraco da Justiça do Trabalho e as lacunas da legislação trabalhista.

Zínia Baeta - De São Paulo

Fonte AASP

COLABORAÇÃO
GUMERCINDO MUNI ADVOGADOS

Um comentário:

  1. Lamentável que pessoas bem informadas, como deveriam ser os profissionais da área jurídica, demonstrem tamanha leviandade. A presunção da inocência não é o primeiro mandamento do Direito? Pois saibam os fariseus de plantão que até hoje - passados dois anos do início das investigações pela Polícia Federal e Ministério Público - não foi apresentada denúncia contra o ex-governador Arruda. Por que isso? Pela simples razão de que as imagens dele recebendo dinheiro do delator Durval Barbosa são de 2005, época em que sequer cogitava ser candidato a governador, e que o citado dinheiro foi devidamente declarado à justiça eleitoral. Onde o crime? Só na cabeça de pessoas desinformadas ou de má fé... Quanto à decisão do Tribunal de Justiça do DF, é cristalina e repõe a verdade dos fatos: à época em que Jaqueline Roriz recebeu dinheiro de Durval Barbosa, o governador era Joaquim Roriz, seu pai, e Durval pertencente ao primeiro escalão do mesmo governo. Jaqueline e Roriz eram adversários de Arruda e apoiavam a candidata adversária deste, Maria de Lourdes Abadia, conforme qualquer menino dos subúrbios da capital pode atestar. Como, então, dizer que essa operação foi feita a mando de Arruda (acusação que originou o bloqueio de seus bens)? Parece que os tentáculos do PT chegaram, mesmo, ao mundo jurídico!

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