Kevorkian disse à BBC em 2007 que não tinha arrependimentos
Jack Kevorkian, conhecido como "Doutor Morte" por ajudar pacientes em estado terminal a morrerem, morreu nesta sexta-feira no Estado de Michigan, no norte dos Estados Unidos, aos 83 anos.
O advogado do ex-patologista, Mayer Morganroth, disse ao jornalDetroit Free Press que o ex-médico morreu no Hospital Beaumont, na cidade de Royal Oak, depois que um coágulo sanguíneo vindo de sua perna se alojou no coração.
"Foi pacífico, ele não sentiu nada", disse o advogado ao jornal.
Defensor ferrenho da eutanásia, Kevorkian admitiu ter ajudado cerca de 130 pessoas a por fim às suas vidas.
Em 1998, ele filmou o suicídio assistido de um paciente, Thomas Youk, e a gravação foi transmitida em um programa de TV. O médico acabou sendo condenado à prisão pela morte no ano seguinte e só foi libertado em 2007, depois de prometer que não voltaria a ajudar pacientes a morrer.
Sem arrependimentos
Os suicídios assistidos de Kevorkian ocorreram na região da cidade de Detroit entre 1990 e 1998.
Muitos foram feitos com o que ele chamou de "máquina de clemência", que injetava drogas letais na corrente sanguínea dos doentes terminais.
Segundo o Detroit Free Press, Kevorkian já tinha sido internado duas vezes em maio devido a problemas renais e a uma queda. Além disso ele sofria de problemas no fígado e no coração.
O advogado afirmou que, depois da morte do ex-patologista, não foram feitas tentativas de ressuscitá-lo e não há planos para uma cerimônia fúnebre.
Apesar das críticas que recebeu, Kevorkian gerou um debate nos Estados Unidos sobre o direito à eutanásia que levou três Estados do país a autorizarem a prática.
Em 2007, Kevorkian disse à BBC que não se arrependia dos suicídios assistidos que conduziu.
"Eu sabia o que estava fazendo (...) Aceitei as consequências, pois tinha que fazer o que era certo", afirmou.
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