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sexta-feira, 3 de junho de 2011

PIB cresce 1,3% no primeiro trimestre de 2011


Dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,3 % no primeiro trimestre deste ano, incremento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o IBGE, os maiores destaques foram a agropecuária (com crescimento de 3,3%), a indústria (com 2,2%) e os serviços (com 1,1%).
No acumulado nos últimos quatro trimestres, o crescimento do PIB foi de 6,2% em relação aos quatro períodos imediatamente anteriores. Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 939,6 bilhões no primeiro trimestre.
A economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências, destaca o peso dos investimentos produtivos no avanço do PIB, principalmente no setor da indústria de transformação.
“O setor demonstrou uma recuperação parcial, após índices fracos no fim do ano passado.”
Consumo e renda
Ribeiro acredita que os dados do IBGE mostram que as medidas governamentais adotadas com o intuito de esfriar a economia e, com isso, combater a inflação, não surtiram pleno efeito no início do ano.
Segundo ela, as iniciativas do governo – entre as quais as chamadas ações macroprudenciais, que visam reduzir a oferta de crédito – não evitaram que os empréstimos crescessem.
Além disso, a economista afirma que o “o principal motor da economia, o consumo das famílias, continuou em alta” – ainda que tenha desacelerado, com taxa de 0,6%, após apresentar aceleração nos três últimos trimestres de 2010.
Ela também atribui o crescimento ao avanço nos índices de emprego e renda.
Segundo a economista, o forte crescimento econômico desencadeado por esses fatores originou a inflação que tem preocupado o governo. “Não é à toa que o Banco Central continua alerta, apertando a política monetária”, diz, referindo-se às contínuas elevações na taxa básica de juros, a Selic.
Efeitos de longo prazo
Para Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec-RJ, os últimos aumentos na Selic já surtem alguns efeitos, como a diminuição nos níveis de concessão de empréstimos em determinadas operações.
Mas ele diz que os “efeitos não são bruscos”, pois operações de crédito contratadas antes da elevação ocorrem sob as taxas antigas.
“Só novas operações sofrerão impacto. Por isso, para que esse movimento de elevação de juros faça efeito pleno, são necessários pelo menos seis meses”.
Braga avalia que, ao se considerar o histórico recente das políticas brasileiras na área econômica, o governo tem agido de maneira coerente.
“Ao desestimular o consumo, o governo dá uma sinalização clara ao mercado, o que o tranquiliza quanto aos temores de inflação.”
No entanto, ele afirma que a tática poderia ser distinta: “Em vez de manter gastos públicos elevados, o que freia a expansão do PIB, o governo poderia conter gastos públicos, estimular taxas de investimento maiores e, com isso, manter padrões de consumo mais elevados”.
O IBGE também revisou o crescimento da economia no quarto trimestre do ano passado, que passou de 0,7% para 0,8%. O número não altera o PIB de 2011, que ficou em 7,5%.

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