Ao final de uma manhã de reuniões com a equipe de assessores do gabinete da Casa Civil, o ministro-chefe Antonio Palocci decidiu que dará uma entrevista hoje ao Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, para tentar dar ao País as explicações sobre seu enriquecimento súbito nos últimos quatro anos. Palocci segue orientação da presidente Dilma Rousseff, que pediu que ele desse uma declaração o mais rápido possível, não esperando pelo pronunciamento do procurador-geral da República, Antonio Gurgel.
A entrevista será concedida a um repórter da emissora em Brasília. Os assessores chegaram a discutir com o ministro a possibilidade de ele também conceder entrevista a um ou mais jornais. Até o momento, a decisão é para falar só ao Jornal Nacional. Dilma disse ontem a Palocci que é "um erro esperar" o parecer da Procuradoria-Geral da República para rebater as denúncias, porque o desgaste já atinge o governo.
A Executiva Nacional do PT, reunida ontem, lavou as mãos e não emitiu nenhuma linha em defesa de Palocci. "Não entramos no mérito da questão. O ministro me disse que vai se manifestar sobre suas consultorias", afirmou o presidente do PT, Rui Falcão. "O assunto Palocci é do governo, não é do PT", emendou o secretário de Comunicação do partido, o deputado federal André Vargas (PR).
"O problema do Brasil não é o Palocci. O problema é não deixar que esse episódio paralise o governo", insistiu o secretário de Mobilização petista, Jorge Coelho. Embora Falcão tenha feito tímida defesa de Palocci, dirigentes do partido deixaram a reunião dizendo que o ministro estava "manco" e "cambaleante". "O que mais impactou o PT foi a revelação de que Palocci ganhou R$ 10 milhões entre e novembro e dezembro, após ter sido coordenador da campanha da Dilma", contou um dirigente da sigla.
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