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domingo, 1 de maio de 2011

Otan diz que morte de parentes de Kadafi não é confirmada


Embaixador líbio em Londres, Omar Jelban, é expulso; rebeldes chamam morte de 'mentira de propaganda'

01 de maio de 2011


John Stillwell/AP
Embaixador líbio em Londres, Omar Jelban, cumprimenta a rainha Elizabeth II; diplomata foi expulso


TRÍPOLI - Apesar de ter confirmado o ataque no qual um filho e netos do líder líbio, Muamar Kadafi, teriam morrido, no sábado, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse que não pode confirmar a informação sobre a morte dos familiares. A declaração foi feita quase cinco horas após o ataque.
Um porta-voz da Otan, Charles Bouchard, disse que não há intenções de atacar Kadafi ou familiares. "Todos os alvos da Otan são militares", afirmou. Ele assegurou ainda que a organização não ataca indivíduos.
Bouchard afirmou ainda que está "atualizado" sobre a informação "não confirmada" de que integrantes da família de Kadafi teriam sido mortos."Lamentaríamos qualquer perda humana", disse, ao confirmar o ataque.
Retaliação
Neste domingo o governo britânico decidiu expulsar o embaixador da Líbia em Londres, Omar Jelban, em resposta ao ataque realizado por partidários de Kadafi à sua embaixada em Trípoli. Jelban tem 24 horas para deixar a Inglaterra. O secretário britânico de Exterior, William Hague, condenou o ataque em um comunicado.
Hague também criticou ataques realizados a representações diplomáticas de outros países, dizendo que eles violam a Convenção de Viena. O escritório da ONU em Trípoli também foi atacado, levando a organização a retirar seus funcionários da cidade.
'Propaganda'
Rebeldes líbios chamaram de "mentira de propaganda" a informação de que um filho e netos de Kadafi teriam morrido no ataque da Otan. De acordo com a AP, rebeldes teriam questionado a veracidade do anúncio, alegando que o regime líbio estaria buscando tirar a legitimidade da campanha da Otan. Um rebelde disse à agência que "só acreditaria se visse o corpo".
O rebelde, um metalúrgico identificado pela AP como Khaled al-Urfi, disse ainda "Não sabemos se é verdade ou não, porque Kadafi é um mentiroso". Para ele, o líder líbio estaria tentando "pressionar a comunidade internacional" contra a intervenção da Otan no país.
No sábado, ao saber do ataque que teria matado os familiares de Kadafi, rebeldes comemoraram nas ruas de Misrata, reduto anti-Kadafi. Várias pessoas tocaram buzinas e gritaram "Allahu Akbar", em celebração. Diante do hospital central da cidade, fogos de artifício foram disparados.
Consequências
Se a morte de netos e do filho mais novo de Kadafi, Saif al-Arab Kadafi, for confirmada, a Otan poderá responder legalmente. No começo da semana, o embaixador dos Estados Unidos em Trípoli, Gene Cretz, disse que as leis americanas puniriam qualquer tentativa de atacar Kadafi.
Reações
O ataque da Otan foi duramente criticado pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia. Em um comunicado, o ministério disse que há "sérias dúvidas" de que o Oeste não esteja mirando o líder líbio e sua família. O premier Vladimir Putin tem criticado duramente os ataques e acusado a Otan de tentar matar Kadafi.
"Os argumentos dos membros da coalizão de que ataques sobre a Líbia não têm como alvo a destruição física de Muamar Kadafi e membros de sua família causam sérias dúvidas", afirmou o ministério. No comunicado, Moscou pede que a coalizão "cesse fogo imediatamente" ao dizer que as mortes entre civis "estão sendo recebidas com preocupação crescente".
A condenação se estendeu ainda ao Parlamento russo. O chefe do Comitê de Relações Exteriores da Câmara Baixa, Konstantin Kosachyov, disse que "mais e mais fatos indicam que o objetivo da coalizão é a destruição física de Kadafi". Kosachyov pediu ainda que os líderes ocidentais deixem clara a posição sobre os ataques aéreos.
De acordo com a agência russa Interfax, Kosachyov teria se dito "totalmente perplexo" diante do que chamou de "silêncio" dos presidentes dos Estados Unidos, França e de líderes de outros países ocidentais. "Temos o direito de esperar que façam uma avaliação imediata, ampla e objetiva das ações da coalizão", disse.
A Rússia se absteve da votação, em março, no Conselho de Segurança da ONU, que autorizou o uso da força na Líbia "para proteger civis".
Também a Venezuela condenou o ataque da Otan. O presidente Hugo Chávez questionou o apoio de alguns países europeus, "como Espanha, França e Itália", aos ataques.
O presidente venezuelano chamou o ataque de "loucura". Em uma entrevista à TV no sábado, ele disse acreditar que "a ordem que eles (EUA e Otan) deram é a de matar Kadafi". Aliado do líder líbio, Chávez tem insistido na via de negociações para acabar com a crise. Ele é apoiado por outros países latinoamericanos, como Cuba e Bolívia.

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