Fernando Duarte, correspondente
LONDRES - Foi apenas por ter chegado na janela de transferências de janeiro que David Luiz ainda não aparece ao lado de nomes mais conhecidos do Chelsea, como o inglês Lampard e o marfinense Drogba, nas placas de publicidade em torno de Stamford Bridge. O espaço reservado a ele se deve tanto às boas atuações quanto ao desejo do clube de obter retorno após pagar cerca de US$ 35 milhões ao Benfica pelo mais caro zagueiro brasileiro da história, que também tem sido nome constante na seleção de Mano Menezes.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/esportes/mat/2011/04/30/mais-caro-zagueiro-brasileiro-david-luiz-do-chelsea-se-destaca-em-londres-924355691.asp#ixzz1L8GiEpFT
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LONDRES - Foi apenas por ter chegado na janela de transferências de janeiro que David Luiz ainda não aparece ao lado de nomes mais conhecidos do Chelsea, como o inglês Lampard e o marfinense Drogba, nas placas de publicidade em torno de Stamford Bridge. O espaço reservado a ele se deve tanto às boas atuações quanto ao desejo do clube de obter retorno após pagar cerca de US$ 35 milhões ao Benfica pelo mais caro zagueiro brasileiro da história, que também tem sido nome constante na seleção de Mano Menezes.
Ainda assim, David Luiz passou as festas de fim de ano podendo andar à vontade pelas ruas de Juiz de Fora (MG), onde vivem seus pais. Um paradoxo cujo prazo de validade tem fim iminente, mas que aumenta a curiosidade de uma história simultaneamente rara e comum. Ao mesmo tempo em que o paulistano não foi o último brasileiro a ir para o exterior sem deixar sua marca num time profissional do país, sua ascensão no futebol europeu tampouco é vista toda semana.
- Lido com tudo isso de maneira normal. O futebol está muito voltado para o lado financeiro, os números só tendem a aumentar. Mas são fictícios, vale mesmo é o que se faz no campo - conta, numa entrevista em que o único luxo é o hotel que serve de concentração para o Chelsea e de morada provisória do brasileiro.
Em vez de joias e roupas de grife, David Luiz surge vestindo jeans, além de camisa e tênis fornecidos pelo patrocinador. Ao contrário dos colegas de clube e suas coleções de carrões, ele anda por Londres de táxi ou de metrô - também por força do desafio de se acostumar a dirigir do lado esquerdo da estrada.
Nos quatro anos em Portugal, David Luiz terminou a temporada 2009/10 como melhor jogador da liga local, eleito por torcedores. Quase unânime foi a surpresa dos portugueses diante do fato de que foi seu então companheiro de zaga no Benfica, Luizão, a fazer parte da seleção na Copa de 2010.
- Vir para o Chelsea e ter sido convocado pela seleção ajuda a tornar meu nome conhecido no Brasil. Não sei se vou conseguir escapar em Juiz de Fora agora, mas gosto desse reconhecimento. Ainda mais quando é a criançada. O jogador tem que dar um bom exemplo - afirma o paulista, que fez 24 anos no último dia 22.
A impressão de demagogia esbarra numa análise das estatísticas de David Luiz: o zagueiro foi expulso apenas uma vez como profissional, logo em seu primeiro jogo pelo Vitória, clube que o acolheu desde os 14 anos, depois de ter sido dispensado da base do São Paulo (supostamente, por ser baixo demais para jogar no meio, sua posição na época, apesar de hoje o zagueiro ter 1,89m).
- Não tento me impor com agressividade ou ameaça. Prefiro que meus pés falem por mim. Em um minuto de paciência perdida você pode fazer uma bobagem que prejudica o time - explica, com a lucidez que faltou a um certo integrante da seleção na África do Sul.
Num momento em que as autoridades inglesas têm sido rigorosas na punição aos maus exemplos (Rooney, do Manchester United, pegou dois jogos de suspensão por ter celebrado um gol aos palavrões), David Luiz não é nada corporativista.
- Jovens sem o caráter formado tiram de pequenos gestos princípios para a vida. Claro que é preciso ter uma margem de erro, só que é bom para a gente saber que se deve falar menos. Meu pai sempre diz que não é por acaso que a gente tem duas orelhas, dois olhos e só uma boca.
Titular de Mano nas cinco primeiras partidas da seleção, o zagueiro ficou no banco contra a Escócia, na volta do capitão Lúcio à posição.
- Estar no grupo já é privilégio. Aproveitei para aprender e observar muito o jogo dele.
O zagueiro, porém, não se ilude em relação ao espírito do torcedor: embora as atenções estejam voltadas mais para as Olimpíadas de Londres e a Copa de 2014, um mau resultado na Copa América, em junho, não será visto de maneira tão serena pelo público.
- É preciso estar no auge nos momentos corretos. Perdemos para grandes seleções e sem jogar mal, e de 1 a 0 (para Argentina e França). As pessoas sempre vão falar nos resultados, mas lá dentro sei que fizemos coisas positivas. Claro, o brasileiro se acostumou a ganhar, mas a torcida tem que ficar tranqüila: o trabalho está sendo bem feito.
A última frase também cai como luva para descrever o paradoxal David Luiz.
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