BRASÍLIA - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu nesta terça-feira o salário mínimo de R$ 545 proposto pelo Executivo. Ele ressaltou que há uma regra estabelecida ainda no governo Lula com as centrais sindicais que toma por base a inflação do ano anterior e o Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.
No caso 2011, foi computado a inflação de 2010 e o PIB de 2009 que foi praticamente nulo. É com base nesse crescimento nulo que os sindicalistas reivindicam um salário mínimo de R$ 580 e o PSDB, de R$ 600.
O salário mínimo foi calculado nessa base e não acho que tenha qualquer coisa que possa modificar a regra
- O salário mínimo foi calculado nessa base e não acho que tenha qualquer coisa que possa modificar a regra, acordada entre o governo do presidente Lula e os sindicatos - afirmou Sarney.
Nesta terça-feira, o ex-presidente e senador Itamar Franco (PPS-MG) deve fazer um pronunciamento sugerindo que o então candidato à Presidência em 2010, José Serra (PSDB), compareça à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para explicar quais as medidas que tomaria, caso eleito, para garantir um mínimo de R$ 600, agora bandeira do seu partido no parlamento.
Perguntado sobre a iniciativa de Itamar Franco, o presidente do Senado ressaltou que os congressistas têm que se debruçar sobre os números do Orçamento de 2011, aprovado no ano passado, para só então promover qualquer mudança, se for o caso.
- Não podemos arbitrar um valor sem condições orçamentárias. Se desestabilizarmos a economia isso repercutirá de imediato na classe trabalhadora - acrescentou Sarney.
Na opinião do presidente do Senado, o Congresso não deveria ter que analisar o reajuste do mínimo:
- Uma das coisas que considero como distorção em medidas provisórias é o fato de nós termos absorvido, na Constituição de 1988, a capacidade de votar o salário mínimo, quando, na realidade, isso compete exclusivamente ao Poder Executivo.
Na segunda-feira, o ex-presidente Lula fez duras críticas aos sindicalistas em crise com o governo por causa do reajuste. Para Lula, os sindicalistas são "oportunistas" e querem "mudar a regra do jogo". As centrais sindicais, por sua vez, reagiram , lembrando que Lula e Dilma prometeram, na campanha eleitoral, aumento real do salário mínimo para 2011.