Aliança entre EUA e Grã-Bretanha é indispensável para o mundo, diz Obama
A aliança entre Estados Unidos e Grã-Bretanha permanece 'indispensável', apesar da emergência de novas lideranças internacionais, como o Brasil, disse nesta quarta-feira o presidente americano, Barack Obama, em discurso para políticos britânicos.
'À medida em que mais países assumem responsabilidades de liderança global, nossa aliança permanecerá indispensável para alcançarmos um século mais pacífico, próspero e justo', disse Obama durante o encontro, realizado em Londres.
'Países como China, Índia e Brasil estão crescendo muito rapidamente. Devemos aplaudir esse desenvolvimento que tirou centenas de milhões da pobreza e criou novos mercados e oportunidades para nós mesmos', afirmou o presidente.
No entanto, Obama rejeitou o argumento de que a emergência dessas novas lideranças significaria o fim da supremacia americana e europeia.
'Este argumento está errado. O momento para nossa liderança é agora', disse ele.
'Em uma época em que desafios e ameaças pedem que nações atuem em conjunto, permanecemos os grandes catalisadores para ações globais', afirmou.
O discurso de Obama foi considerado histórico por ter sido o primeiro de um presidente americano às duas casas do Parlamento britânico, em Londres.
Princípios de mercado
Obama disse que países como Brasil, China e Índia crescem rapidamente porque adotam 'os princípios de mercado que os EUA e a Grã-Bretanha sempre abraçaram', o que daria a estes dois países 'uma vantagem inerente'.
'Vivemos em uma economia global que é nossa criação. Hoje a competição pelos melhores trabalhos e industrias favorece países que pensam livremente e se preparam para o futuro, países com cidadãos mais criativos, inovadores e empreendedores.'
'De Newton e Darwin a Edison e Einstein, de Alan Turing (considerado o pai da computação) a Steve Jobs, lideramos o mundo em nosso compromisso com a ciência e pesquisa de última geração', disse ele.
Oriente Médio
O presidente americano disse que os levantes populares pró-democracia ocorridos este ano no Oriente Médio e norte da África 'buscam as mesmas liberdades que damos como certas em casa'.
'Os EUA e a Grã-Bretanha estão ao lado dos que desejam ser livres', disse ele, que reconheceu que 'as palavras precisam ser acompanhadas de gestos'.
Obama disse que estes gestos seriam o 'aprofundamento dos laços comerciais', a 'punição dos que promovem a repressão' e o 'fortalecimento das sociedades civis'.
O presidente americano reconheceu que há 'desconfiança' nestas regiões em relação ao seu país.
'Fomos acusados de hipocrisia', disse, ressaltando que os americanos devem 'reconhecer que os Estados Unidos têm interesses permanentes na região', como combater a violência extremista e 'assegurar a continuidade do fluxo energético mundial'.
'Mas devemos insistir que rejeitamos a necessidade de escolher entre nossos interesses e ideais, entre estabilidade e democracia.'
O discurso ao Parlamento britânico foi considerado por analistas como o principal evento da visita de três dias do presidente americano ao país.
Na quinta-feira ele embarca para a França e visita ainda a Polônia antes de encerrar seu giro europeu, iniciado na Irlanda.
Pouco antes do discurso aos políticos, Obama e o premiê britânico, David Cameron, defenderam a ação militar comandada pela Otan na Líbia, realizada com aprovação do Conselho de Segurança da ONU.
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